10/3/2022

Estudantes do Centro Educacional (CED) 7, de Taguatinga, enviaram uma mensagem de solidariedade para jovens refugiados da Ucrânia. A iniciativa reuniu mais de 30 alunos da unidade escolar para refletir sobre o momento vivido pelos jovens que tentam fugir da guerra. Os estudantes produziram cartazes com pedidos de paz e mensagens de acalento para os refugiados. A gravação do vídeo foi proposta pela pesquisadora francesa e especialista em Violência e Juventude, Joelle Bordet, que trabalha com uma rede de apoio a jovens em vulnerabilidade há cerca de 15 anos. No Distrito Federal, a Instituição é representada pela professora de psicologia da Universidade de Brasília (UnB), Fátima Sudbrack. Joelle conversou, em francês, com os estudantes, enquanto Fátima traduzia as explicações da pesquisadora. De acordo com a francesa, a guerra entre Ucrânia e Rússia é fratricida. "Ela mata irmãos, mata famílias. Por isso o movimento pela paz é tão importante e por isso a dor causada é tão grande", destacou. Atualmente, os refugiados da rede de apoio da qual Joelle faz parte estão acolhidos na fronteira entre Polônia e Ucrânia. "São cerca de 350 jovens", detalha. Segundo Joelle, "a guerra tem uma questão de liberdade e uma vontade de viver em liberdade do povo ucraniano muito forte". A supervisora pedagógica do CED 7, Viviane Calasans, contou que a escola recebeu com muita alegria o convite. "Aqui, no Brasil, também temos uma luta contra a pobreza e a vulnerabilidade. E nesse momento de tamanha dor, os jovens mostrarem solidariedade é uma forma de acalento. O brasileiro é um povo que abraça", opina. A escola conta com 450 estudantes do período integral. "Essa atividade vai muito além de um exercício pedagógico, ela é uma formação cidadã. Estamos formando adultos mais conscientes", avalia. Ordenada pelo presidente russo Vladimir Putin, em 23 de fevereiro, a invasão da Rússia na Ucrânia soma custos humanitários altíssimos. O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) estima que pelo menos meio milhão de crianças deixaram o território ucraniano como refugiadas apenas na primeira semana do conflito, que já deixou 360 mil mortos.
Texto: Francisco Welson Ximenes
Foto: Internet