6/1/2022

Dados do Portal da Transparência do Registro Civil – que reúne informações de cartórios do Brasil – mostram que, entre 1º de janeiro e 31 de dezembro de 2021, foram registradas 49.437 crianças no Distrito Federal, e quase 10,5% delas não tiveram o mínimo contato com o genitor e não têm o nome do pai em suas certidões de nascimento. Do total, exatos sete mil bebês foram registrados nos cartórios de Taguatinga, sendo que 293 deles não têm o nome do pai registrado na certidão. Assim, Taguatinga fica em terceiro lugar no número de recém-nascidos no DF em 2021. Em primeiro está Brasília, com 8.854 registros (com 132 pais ausentes); em segundo vem o Gama, com 8.489 registros (com 468 pais ausentes). Em Planaltina, está a maior parte de filhos sem pai. De 2.736 recém-nascidos registrados no ano na região administrativa, apenas 71 têm paternidade definida. O número significa que quase 97,5% dos registros atestam, em letras garrafais, a ausência do genitor. Para Ericka Filipelli, titular da Secretaria da Mulher no DF, os números que retratam a ausência do pai refletem outras mazelas sociais. “Planaltina tem altos índices de violência doméstica e é uma área predominantemente rural, além da baixa instrução em geral. A única forma de mudar isso é pela educação, colocar o planejamento reprodutivo dentro da sala de aula. Meninas mais informadas serão adultas, que não aceitarão tais situações”, pondera a secretária.
Texto: Francisco Welson Ximenes
Foto: Agência Brasília