Ontem (2/9/2022), foi dia dos brasileiros irem às urnas exercerem sua cidadania e escolherem seus representantes. Segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), no Distrito Federal, 2.203.054 pessoas estavam aptas para votar. O número é 5,7% maior do que em 2018 e as mulheres são maioria. Mas os moradores do DF/Brasília só puderam exercer sua cidadania, por conta da campanha do Direito de Voto, iniciada em Taguatinga pelo advogado, escritor, jornalista e diretor-geral do JORNAL SATÉLITE, Wílon Wander Lopes. O ponto alto da campanha aconteceu em uma conferência de Tancredo Neves, na Ordem dos Advogados do Brasil - DF, em 11 de setembro de 1984. O político mineiro, então candidato da oposição à Presidência da República, ouviu uma instigante pergunta, de um advogado de Taguatinga, Wílon Wander Lopes. Na condição de quem primeiro levantou a bandeira da conquista do Direito de Voto para Brasília e suas cidades-satélites, carregando-a por todo o Distrito Federal, por isso sendo aplaudido e vaiado por muitas vezes, Wílon Wander Lopes ousou uma pergunta: “Qual sua opinião sobre a falta do Direito de Voto para Brasília?”. A conferência tratava de questões nacionais e o assunto da pergunta era local. Mas Tancredo Neves não deixou mal o advogado questionador. Sob palmas e gritos, ele se comprometeu a restaurar o Direito de Voto para o DF/Brasília, com a frase famosa: “Conheço cidadãos cassados, conheço grupos cassados, mas cidade cassada só conheço Brasília!” Tancredo prometeu que, eleito, o morador do Distrito Federal passaria a ser cidadão: poderia votar e ser votado. Tancredo morreu antes de assumir a Presidência. Mas seu vice, José Sarney, assumiu com a promessa de cumprir todos os compromissos de campanha do presidente eleito, inclusive o de resgatar o Direito de Voto para Brasília e suas satélites. Efetivamente, Sarney cumpriu as promessas e até se transformou no paladino da Democracia ao convocar a sonhada Assembleia Constituinte. Ao mesmo tempo, admitiu, na Emenda Constitucional 25, de 1985, representação política para o DF, com a eleição de três senadores e oito deputados federais, no pleito de 1986, para atuarem na Assembleia Constituinte, instalada em 1987. Assim, graças a Taguatinga, cidades do DF/Brasília podem escolher seus representantes. O Distrito Federal foi a primeira unidade da federação a apurar 100% das urnas nas eleições de ontem (2/10). Por volta das 20h40, membros do Tribunal Regional Eleitoral do Distrito Federal (TRE-DF) terminaram os trabalhos. Para o Governo do Distrito Federal, o candidato Ibaneis Rocha (MDB) conseguiu a reeleição, (com 50,25% dos votos). Para o Senado, a ex-ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves (Republicanos), foi a eleita. Para a Câmara Legislativa, 24 deputados distritais foram eleitos. Pela ordem dos votos que tiveram, os seguintes: Fábio Félix (PSol), Chico Vigilante (PT), Max Maciel (PSol), Daniel Donizet (PL), Martins Machado (Republicanos), Robério Negreiros (PSD), Jorge Vianna (PSD), Jaqueline Silva (Agir), Thiago Manzoni (PL), Eduardo Pedrosa (União Brasil), Joaquim Roriz Neto (PL), Iolando (MDB), Pastor Daniel de Castro (PP), Hermeto (MDB), Roosevelt Vilela (PL), Doutora Jane (Agir), Rogério Morro da Cruz (PMN), Gabriel Magno (PT), João Cardoso (Avante), Paula Belmonte (Cidadania), Ricardo Vale (PT), Wellington Luiz (MDB), Pepa (PP) e Dayse Amarilio (PSB). Para a Câmara Federal, oito representantes do DF vão assumir. São eles: Bia Kicis (PL), Fred Linhares (Republicanos), Erika Kokay (PT), Júlio César (Republicanos), Professor Reginaldo Veras (PV), Fraga (PL) e Gilvan Máximo (Republicanos). Todos eles devem seus votos a Taguatinga, berço da cidadania do DF. Agora o DF, assim como o restante do Brasil, se prepara para eleger, no segundo turno, o presidente da República. A disputa está entre Jair Bolsonaro (PL) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vai acontecer no próximo dia 30 de outubro.