Ópera de Rua satiriza políticos envolvidos na Caixa de Pandora

Cumprindo uma programação que vai apresentar o espetáculo pelas cidades satélites, também em Taguatinga
orquestra e coro dirigidos pelo maestro Jorge Antunes faz o povo rir dos políticos enrolados

ARRANCANDO gargalhadas por todos os locais em que se exibe, o Grupo Ópera de Rua está encenando o Auto do Pesadelo de Dom Bosco, ópera composta por Jorge Antunes, inspirada nos escândalos de corrupção revelados pela Operação Caixa de Pandora.


PARÓDIA
No espetáculo, a história se passa na Idade Média, com uma linguagem musical bem popular, em forma de paródia. A nova versão apresenta mais dois personagens: a Princesa Vampira Jaqueladra Horroriz e o Pajem Mano-a-Mano El Neto.
A ópera de rua está sendo encenada pelas cidades do Distrito Federal com apoio do FAC-DF. Nela, Jorge Antunes envereda mais uma vez num multiestilismo que cativa a atenção do público, mesclando a música popular brasileira de raiz com a música experimental e com a música antiga. Nessa ópera de rua, o maestro Jorge Antunes usa linguagens nordestinas brasileiras e linguagens medievais. Assim, árias em forma de galhardas, motetos, saltarellos, caroles e fabordões convivem com o baião, o desafio, o coco e a folia-de-reis.
IRREVERÊNCIA
A ópera de rua Auto do Pesadelo de Dom Bosco faz o público rir, protestar, vaiar e acompanhar a criatividade e a irreverência do compositor e maestro Jorge Antunes. Trata-se de um protesto político-cultural bem-humorado, inspirado na tragicômica situação da política de Brasília.
Jorge Antunes, motivado pelos vídeos em que deputados recebem propina, e por fatos como a doação de panetones, concebeu a ópera em forma de cordel na qual os corruptos são julgados pelo povo, com história e personagens da Idade Média: Suseranos, Burgomestres, Vassalos, Reverendos, Bruxa, Monarca, Princesa e outros

aprepersonagens, como a Bezerra de Ouro, compõem a história.
Inspirado no último governador do DF, o maestro Jorge Antunes acrescentou à ópera original um novo personagem: o Nobre Feudal Roubério Grosso. Os réus corruptos resolvem,
em pleno tribunal que os julga, fazer uma votação para escolher novo suserano. Trata-se de uma eleição indireta. O novo solista será um barítono risonho, bem apessoado, de aspecto saxônico, de olhos azuis. O novo personagem é egresso de importante comitatus germânico. Sua incumbência será a de dar a impressão, ao Juiz Voxprópolis, de que tudo já seatoresresolveu. Mas o povo denunciará a projetada tramoia. No final, o Suserano Roubério Grosso acaba na masmorra.
TRAGICÔMICA
A Ópera de Rua “Auto do Pesadelo de D. Bosco” faz o público rir, protestar, vaiar e acompanhar a paródia criada pelo compositor e maestro Jorge Antunes. Trata-se de um protesto político-cultural bem-humorado, inspirado na tragicômica situação atual da política de Brasília.
O público embarca na graça do texto para vaiar os personagens inspirados nos políticos da Câmara Legislativa e do Palácio do Buriti, que protagonizam a crise vivida no GDF. Jorge Antunes, motivado pelos vídeos em que deputados recebem propina, ou fatos como compra de “bezerros de ouro” ou doação de panetone, concebeu a ópera em forma de cordel na qual os corruptos são julgados pelo povo.
De acordo com Jorge Antunes, a obra se constitui em uma atividade cultural na rua, de militância cultural, em trabalho de democratização da cultura, de estetização da prática da cidadania, de contestação e de crítica e protesto popular contra a corrupção local
nos poderes constituídos.
O libreto completo da ópera pode ser acessado no site: http://www.americasnet.com.br/antunes/ opera-de-rua