* Servidora da UBS nº 5, em Taguatinga, é agredida após negar receita de tarja preta

23 03 2022 flagrantetapaenfermeiraubsTaguatinga23/3/2022

Uma enfermeira foi agredida com tapas no rosto pela esposa de um paciente da Unidade Básica de Saúde (UBS) nº 5, de Taguatinga.  A violência aconteceu após a profissional alegar que não poderia prescrever medicamentos tarja preta para o paciente e que o mesmo deveria procurar o médico responsável. A acompanhante do homem não gostou da resposta e partiu para cima da mulher. Dentre os remédios solicitados estavam Rivotril e Clonazepam, que são utilizados no tratamento de vários tipos de distúrbios de ansiedade e devem ser prescritos após consulta médica, conforme protocolos clínicos. De acordo com uma das enfermeiras que trabalha no posto, a UBS 5 não abrange o endereço do paciente, que teria passado em outro posto de saúde, há cerca de 15 dias, para pegar a mesma medicação. “Um centro de saúde se comunica com outro. Ele já havia pego as medicações há um tempo, estava querendo uma nova prescrição, ou seja, superdosagem”, constata. De acordo com a colega da profissional de saúde agredida, no momento do atendimento, o homem explicou que precisava da medicação. Em resposta, a enfermeira disse que não tinha competência para prescrever. Foi quando o homem, em dado momento, começou a ameaçar a profissional de saúde. “Você sabe o que um paciente faz quando está em abstinência?”, disse. “Ele abriu a porta, chamou a mulher dele, que começou a tirar os sapatos e foi pra cima dela, dando tapas no rosto”, recorda. Segundo a enfermeira, a vítima teve pequenas escoriações no nariz, que foram feitas pela unha da esposa do paciente. Pessoas que estavam no local separaram a briga e todos os envolvidos foram encaminhados para a 12ª Delegacia de Polícia, em Taguatinga Centro. Segundo o boletim divulgado pela Polícia Civil, a acompanhante relatou que também foi agredida pela enfermeira que realizou o atendimento. Em nota, a corporação informou que ambas as envolvidas manifestaram o direito de representar criminalmente uma contra a outra. Elas se comprometeram a comparecerem em juízo assim que chamadas para tal”. As duas foram encaminhadas para o Instituto Médico Legal (IML) para fazer exame de corpo e delito. Um grupo de profissionais se manifestou contra o ocorrido e estampou um cartaz na unidade com a seguinte mensagem: "Servidores estão aqui para servir, não para ser saco de pancada!"
Texto: Francisco Welson Ximenes
Foto: Sindate-DF