* Morre no Hospital Regional de Taguatinga o ícone do fotojornalismo brasileiro, Orlando Brito

12 03 2022 flagranteorlandobritoTaguatinga

12/3/2022
Morreu, aos 72 anos, no Hospital Regional de Taguatinga (HRT), o renomado fotojornalista Orlando Brito. Ele estava internado na UTI da unidade hospitalar havia 34 dias e teve falência múltipla dos órgãos, após uma cirurgia no intestino. Orlando foi um dos mais conhecidos e premiados fotógrafos brasileiros, com atuação de destaque na área da política. Ao longo da vida, fez cliques de presidentes da República e dos bastidores do poder, bem como da economia e de eventos pelos mais de 60 países por onde passou, fazendo coberturas presidenciais, papais e esportivas, como Copas do Mundo e Jogos Olímpicos. A obra dele é conhecida como um olhar crítico da história recente do Brasil, registrando presidentes e personalidades políticas desde o período da ditadura militar. Orlando Brito também escreveu o prefácio do livro Cidade Cidadã. A obra, escrita pelo advogado e jornalista Wílon Wander Lopes, conta histórias da conquista da cidadania do Distrito Federal, a partir de Taguatinga, onde Orlando Brito passou sua infância e juventude, quando, inclusive, fez fotos para o JORNAL SATÉLITE. Mineiro, nascido em 8 de fevereiro de 1950 em Janaúba, veio com a família para Brasília na época da inauguração da cidade. Autodidata, teve começo precoce na profissão, iniciando como laboratorista da sucursal do jornal carioca "Última Hora", aos 14 anos, para o qual passou a fotografar dois anos mais tarde. Entre os outros veículos por onde passou, estão o jornal "O Globo", onde se firmou profissionalmente, trabalhando lá entre 1968 e 1982. O reconhecimento maior do trabalho dele veio depois, quando foi para a  revista "Veja", periódico no qual atuou por 16 anos e foi editor de fotografia, em São Paulo. Nos anos 1990, retorna a Brasília, onde foi chefe do escritório local da revista "Caras". Depois, retorna a trabalhar para a "Veja", dessa vez como repórter fotográfico. Somando todo o período que trabalhou para a revista, Orlando Brito emplacou o impressionante número de 113 capas. No "Jornal do Brasil", teve breve passagem no fim da década de 1980. Recentemente, dirigia sua própria agência de notícias, a ObritoNews e ministrava cursos, workshops para grupos em empresas e aulas em universidades, faculdades e escolas de comunicação e jornalismo. Ganhou o prêmio World Press Photo, do Museu Van Gogh de Amsterdã, na Holanda, em 1979. Por 11 vezes recebeu o Prêmio Abril de Fotografia, inclusive o de hors-concours. Políticos lembraram da importante trajetória de Orlando Brito. O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), publicou uma homenagem no Twitter. "O fotojornalismo brasileiro está de luto, mas Orlando Brito será eterno nas suas fotos que testemunham a história do nosso país. Meus sentimentos à família e aos amigos." O ex-presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), também prestou homenagem a Orlando nas redes sociais. "Orlando Brito registrou a história política do Brasil de nosso tempo. Com talento e sensibilidade, transformou imagens em notícia. É uma grande perda para o jornalismo brasileiro. Que Deus conforte a família, amigos e colegas que com ele aprenderam tanto", disse Lula. O senador Renan Calheiros (MDB-AL) também lembrou do fotógrafo. "Com profundo pesar lamento o falecimento precoce do fotógrafo Orlando Brito, cuja carreira dispensa comentários. Como pessoa humana era doce e gentil. Deixará muitas saudades, sobretudo legados éticos e humanitários. Que Deus o tenha e console a família." O Senado Federal prontamente batizou o plenário de "Repórter Fotográfico Orlando Brito". A resolução da casa destaca que Brito foi o repórter fotográfico mais importante  da história do Congresso Nacional. Separado, Orlando Brito deixa uma filha e dois netos. O sepultamento será realizado hoje no Cemitério Campo da Esperança. Descanse em paz!
Texto: Francisco Welson Ximenes
Foto: Internet