CIL de Taguatinga se destaca no acolhimento de estudantes estrangeiros com aulas de português

01 09 2025 flagranteaulasCILTaguatinga1º/9/2025

Taguatinga vem se consolidando como um dos pólos mais importantes no acolhimento de migrantes e refugiados no Distrito Federal. Por meio da Política de Acolhimento a Migrantes Internacionais Falantes de Outras Línguas, lançada pela Secretaria de Educação do DF (SEEDF) em janeiro deste ano, o Centro Interescolar de Línguas de Taguatinga (CILT) passou a oferecer aulas de Português como Língua de Acolhimento (PLAc), garantindo oportunidades de aprendizado, integração e inclusão para estrangeiros que escolheram o DF como novo lar. O projeto, batizado de “Bem-vindos ao Distrito Federal”, assegura o acesso à educação a migrantes, refugiados, apátridas e emigrantes retornados, independentemente da situação imigratória ou documental. Além de Taguatinga, mais cinco unidades participam da iniciativa – Guará, Asa Norte, Ceilândia, Samambaia e São Sebastião – atendendo estudantes a partir do 6º ano do ensino fundamental. Crianças menores seguem recebendo apoio pedagógico diretamente nas escolas, com incentivo à criação de ambientes multilíngues e inclusivos. Em Taguatinga, o curso vem transformando vidas. Para muitos estrangeiros, o aprendizado do português é o primeiro passo para conquistar autonomia, acessar oportunidades de trabalho e se integrar à comunidade. As aulas são ministradas no formato híbrido, com encontros presenciais e online, garantindo flexibilidade para quem trabalha ou enfrenta dificuldades de deslocamento. Segundo a coordenadora do curso, Danielle Paz, o objetivo vai muito além do ensino da língua. “Recebemos migrantes internacionais, inclusive famílias em situação de refúgio de guerras, que dependem do aprendizado do idioma para reconstruir suas vidas. Nosso papel é acolher cada aluno de forma humanizada, respeitando suas culturas, suas histórias e suas necessidades individuais”, explica. Além do impacto educacional, a iniciativa gera integração cultural. Formaturas, apresentações e eventos gastronômicos têm sido promovidos, reunindo alunos, professores e a comunidade de Taguatinga. Os estudantes compartilham comidas típicas, músicas e costumes de seus países, criando um ambiente rico em diversidade e aprendizado coletivo. O professor Pedro Reis, que participou das primeiras turmas, lembra do desafio inicial de lidar com um público tão diverso: “Tivemos alunos do Haiti, Congo, Vietnã, Holanda e outros países, todos no mesmo nível iniciante. É uma troca intensa: ensinamos português e cultura brasileira, mas aprendemos muito sobre as histórias e as raízes deles também.” Para a comunidade de Taguatinga, o impacto é profundo: mais do que ensinar português, o CILT se tornou um espaço de reconstrução de vidas. Histórias como a da bangladesa Humaira Ferdousi, que chegou ao Brasil sem falar o idioma e hoje se comunica com autonomia, ou do colombiano Carlos Athuro Gomez, que encontrou no curso um caminho para se integrar, mostram o alcance da iniciativa.

Foto: Agência Brasília